30 de junho de 2011

POLÍTICA

A liberdade do homem, isso que defendo. Ela é direito inalienável e exigência essencial da nossa natureza, e também é dever ao mesmo tempo, desta forma, o homem não pode renunciá-la. Todos nascem homens e livres, renunciar a isso é renunciar a sua própria qualidade de homem. Escrevi um contrato social, nele o Estado é objeto de um contrato no qual os homens não renunciam a seus direitos naturais, e sim, entram em acordo para a proteção deles, e o Estado é criado para isso. Para mim o Estado expressa a vontade geral, que é diferente da vontade de todos. A maioria nem sempre está correta, porque os indivíduos que a fazem podem desejar alguma coisa que está contrária aos objetivos e necessidades do estado para o bem comum. Portanto, a vontade geral representada pelo estado, é necessária para assegurar a liberdade, a igualdade e a justiça dentro de uma nação, e é isso que o todo deve enxergar.

Desculpa encher vocês com as minhas ideias, mas é nesse blog que eu desabafo, obrigado e até a próxima!

26 de junho de 2011

ALGUMAS IDEIAS MINHAS

Pelos mesmos caminhos não se chega sempre aos mesmos fins. 

Resumidamente, sou um filósofo iluminista e um dos primeiros a escrever no estilo do Romantismo deste século, XIX. Sabe o que eu acho? Assim como Montaigne (um sábio que morreu há muitos anos), eu penso que nós, seres humanos, fomos transformados pela sociedade, transformados de forma negativa, porque passamos a abrigar sentimentos ruins como o egoísmo, a cobiça, a possessividade e ciúmes. O que não acontecia anos atrás, quando os homens da pré-história viviam harmoniosamente com a natureza. Eu, você e os outros fomos pervertidos. ): 
Quem parece que não entende o que eu quero dizer é um tal de Voltaire, vocês nem queiram o conhecer, ele acha que o que eu quero é as pessoas andando em quatro patas. Não é isso, só acho que devíamos valorizar a nossa essência, parar de cometer abusos sem diminuir os grandes valores humanos. Essa desigualdade social devia acabar, agora me vem a mente três formas de conseguir isso, vou citar para vocês. Para começar, igualdade de direitos e deveres políticos, fazendo com que a vontade de um não prejudique outros. Segundo, educação pública para todas as crianças baseada na devoção pela pátria. Terceiro, um sistema econômico e financeiro combinando os recursos da propriedade pública com taxas sobre as heranças e o fausto. Isso ia ser uma beleza, realmente! Se você perguntar aos outros sobre mim, como alguns já fizeram, eles vão lhe dizer que estou bombando. Estou sendo de grande influência no movimento romântico, isso por causa do que penso e do que priorizo. A valorização do sentimento, acima da razão e da natureza do homem, a sua essência, e não o artificialismo da sua vida civilizada. Algumas idéias mais, agora a respeito da educação:
    Como vocês já devem ter percebido, gosto de tudo o que é natural, assim, não é diferente na educação. Se o indivíduo é educado de forma correta, a bondade natural dele será protegida da influência ruim da sociedade. Os potenciais naturais da criança devem ser estimulados, e ele deve usar isso para toda a vida. Ao mesmo tempo, o aluno precisa ter consciência do contexto social ao qual vai ser submetido. Não é coisa fácil, é preciso um ambiente muito bem controlado, mas é o método perfeito. Já comecei a escrever um livro relacionado a isso, Emílio, ou da educação, vai ser o nome, lá vai ter a minha idéia de cidadão perfeito, acredito que será um bom livro.

JUVENTUDE

O que viveu mais não é aquele que viveu até uma idade avançada, mas aquele que mais sentiu na vida.

Aos dezesseis anos, perambulando pela cidade como de costume, perdi o toque de recolher e passei a noite do lado de fora das portas trancadas da cidade. Não quis submeter-me aos castigos que me esperavam e fugi. Na França, perto de Genebra, solicitei ajuda ao pároco católico que me encaminhou a uma jovem senhora comprometida a ajudar peregrinos com a pensão que recebia do rei. Tratava-se da Madame de Warens. Protestante pietista, separada do marido por motivo de sedução, sem filhos, Louise, havia solicitado ajuda ao rei católico Victor-Amadeus II. Dele recebi uma pensão com a condição de converter-me ao catolicismo e praticar beneficência. A minha vida com Louise, cerca de dez anos mais velha, bela de corpo, alegre, dona de belos cabelos louros, dividiu-se em vários períodos. Fui para Turim, iniciando minha vida lá. Encontrei um trabalho melhor. Porém acabei por encontrar um amigo dos tempos de Genebra, e abandonei o emprego para voltar à cidade de onde sai, com a companhia dele. Voltei à casa de Louise na primavera de 1729. Ela me enviou a um seminário católico para continuar meus estudos. Depois de um ano como auxiliar e apaixonado por ela, acompanhei-a em Paris.  
Algum tempo depois, Louise acabou viajando para cuidar de uma pensão. Sem qualquer vínculo, perambulei por Paris ganhando a vida como professor de música. Não tive muito lucro, então fui atrás de Louise. Vivemos juntos até 1740 como amantes. Nesse período, li muito e comecei a escrever. Achava a situação desconfortável, e acabei adoecendo. Resolvi ir a Montpelier para me curar. No caminho, encontrei uma companheira que me deixou curado. Retornei novamente à Louise, mas decidi abandoná-la definitivamente. Em 1741 retornei a Paris. Mas desta vez para ficar de verdade! Cheguei no outono, encontrei alunos de música, e consegui rendimentos para sobreviver. Valendo-se de recomendações, aproximei da nobreza, conquistando amizades através da música, declamação de poesias, etc. Em 1743, por indicação de um sacerdote amigo, procurei duas senhoras da nobreza; passei a frequentar a casa de uma delas, apaixonei por ela, mas fui infeliz na tentativa. Outra senhora então me indicou ao embaixador de Veneza, para o cargo de secretário da embaixada francesa naquela república. Lutei para manter o cargo por dezoito meses. Empenhei-me em exercer bem minhas funções, com esperanças de fazer carreira diplomática. Mas o embaixador não reconheceu meus esforços. Após uma violenta discussão com o ele, deixei Veneza e voltei a Paris, onde obtive um julgamento justo do caso, e o pagamento de meus salários, o que consegui com dificuldade por não ser mesmo francês. Após esse episódio, voltei para minha música; conclui minha ópera e consegui que fosse cantada para Rameau que me condenou em parte, enquanto outros entendidos a aplaudiram.

Para conhecer os homens, torna-se indispensável vê-los agir.

INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

Geralmente aqueles que sabem pouco falam muito e aqueles que sabem muito falam pouco.

Olá, sou mais conhecido pelo meu sobrenome: Rousseau. Eu nasci em 28 de junho de 1712, na Suíça. Meu pai se chama Isaac Rousseau, e minha mãe se chamava Suzanne Bernard. Falo que ela se chamava, pois o falecimento dela ocorreu após o meu nascimento. Meu pai tinha uma relojoaria, e era com isso que sustentava minha família. Confesso que o fato de minha mãe ter morrido durante o meu parto, marcou muito minha vida. Fui criado toda minha infância pela irmã de meu pai, e por uma ama. Aos 10 anos de idade, tive que voltar a Genebra, e morar com meu tio Gabriel Bernard, um irmão de minha mãe. Isso aconteceu porque meu pai se desentendeu com um cidadão, e feriu-o no rosto. Acabei por não freqüentar nenhuma universidade. Porém, eu lia muito para meu pai quando ainda vivíamos juntos, tendo a leitura como um hábito por toda a vida. Meu tio me enviou com o meu primo para um campo na residência de um pastor em Bossey. Lá fomos bem educados, além de termos estudado latim e outras disciplinas. Aos 12 anos voltamos a Genebra para trabalhar. Meu primo resolveu se preparar para engenheiro, e eu consegui um emprego em um cartório. Não gostei muito do trabalho, decepcionando o tabelião que acabou por me despedir. Depois disso fui trabalhar em uma oficina de gravação, mas acabei me desinteressando, pois meu patrão era rude. Pelos maus tratos, a vontade de me vingar dele era satisfatória. Saindo de lá, passei a alugar livros a uma senhora que mantinha esse negócio.

A juventude é a época de se estudar a sabedoria; a velhice é a época de a praticar.